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Compostagem como solução eficiente no combate às mudanças climáticas




A parábola do beija-flor, tentando apagar o incêndio na floresta e, consequentemente, mobilizando os outros animais a fazerem o mesmo, é um belo exemplo de como pequenas ações, quando somadas, podem desencadear grandes movimentos. Em tempos onde o descarte irregular de resíduos tem sido um dos principais vilões dos alagamentos urbanos, a conscientização para a separação correta é uma importante alternativa para o combate às cheias, não só pelo que se acumula nas bocas de lobo, mas, especialmente, pelo resíduo que pode ser aproveitado para virar adubo e, assim, longe dos aterros sanitários, reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, principal responsável pelo desequilíbrio do clima no planeta.


De acordo com a engenheira ambiental Eduarda Jaeger, sócia proprietária da empresa Virando a Terra, cada habitante do planeta gera em média um quilo de resíduos por dia, sendo metade disso de natureza orgânica, como restos de alimentos. Esse tipo de matéria, quando destinada aos aterros sanitários, gera os gases de efeito estufa, que contribuem significativamente para o aquecimento global, resultando também nos ciclos de cheias e de estiagem. O mesmo resíduo, quando destinado à compostagem, vira adubo, enriquecendo a terra e auxiliando na produção de alimentos.


A compostagem ocorre de diferentes maneiras, como em caixas, pilhas, ou sistemas de leiras. Com cinco anos de existência, a Virando a Terra utiliza o método em leiras estáticas, com controle de temperatura e de oxigênio, para garantir a correta decomposição da matéria orgânica. A empresa disponibiliza bombonas e baldes, de acordo com adesão aos seus planos de assinatura, para organizações que possuem refeitório industrial, restaurantes, bares, escritórios, escolas e residências. Esses recipientes são substituídos na frequência desejada e todo resíduo gerado é administrado, transportado e destinado de forma correta, virando adubo, que é encaminhado gratuitamente para hortas comunitárias.


A Virando a Terra é a única empresa do Vale dos Sinos com licença para realizar este tipo de operação. A meta para 2025 é dobrar o manejo de 15 toneladas de resíduos orgânicos por mês para 30 toneladas. Ao longo da sua história, a empresa já transformou 180 toneladas de resíduos orgânicos em adubo, contribuindo de forma consistente com o meio ambiente e transformando a cultura local por meio da educação ambiental.




Texto e fotos: Chico Júnior

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